Adriana Preti fala sobre o papel do advogado
Papel do advogado: visão atual

Adriana Preti é sócia majoritária da Preti Advocacia e professora universitária, conta em seu artigo uma visão atual do papel de advogado.
O Papel do Advogado: Uma Visão Atual
O exercício da advocacia mudou. E muito.
As mudanças sociais e culturais pelas quais temos passado, especialmente nas últimas duas décadas, acarretaram uma série de modificações nas relações humanas de um modo em geral, provocando, por sua vez, novos e diferentes conflitos de interesses a serem encarados pelos profissionais do Direito, especialmente pelos advogados.
Crises financeiras e pessoais têm motivado cada vez mais intermináveis litígios, em um Poder Judiciário abarrotado de processos, e com estrutura deficitária.
O momento atual vivido pela nossa sociedade clama por instrumentos mais efetivos de administração dos conflitos, que possam garantir a pacificação social, ao lado de uma justiça mais humana e “mais justa” para aqueles que dela necessitam.
O advogado não pode mais ser apenas aquele que “compra a briga”. É claro que o advogado estará sempre atuando na defesa incansável dos direitos de seu cliente, mas isto não significa, necessariamente, incutir nesse cliente a ideia da litigiosidade, como única e melhor forma de solucionar um conflito.
O cliente espera que o advogado resolva determinado problema, e isto pode ser feito de maneira mais rápida e menos onerosa, além de muito mais eficiente, se o profissional estiver preparado e capacitado para atuar como um “facilitador” desse conflito, orientando as partes a chegarem a um consenso, que poderá ser levado ao conhecimento do Poder Judiciário apenas para ser homologado.
Essa “facilitação” pode ser realizada através da conciliação e da mediação, que são meios não adversariais de resolução de conflitos. Uma composição amigável e espontânea é muito mais efetiva e satisfatória para os envolvidos, se comparada à imposição de uma decisão judicial, ao final de um longo e árduo processo.
Possibilitar o empoderamento das partes e mostrar a elas que a solução não precisa necessariamente ser tomada por um terceiro, é uma das funções do advogado contemporâneo.
Não é preciso instigar o litígio para ganhar a confiança e a admiração de um cliente, nem tão pouco para receber honorários. O reconhecimento sempre será fruto de um trabalho exercido com ética, zelo e transparência.
Adriana Preti